Tratamento do câncer de cólon com aspirina 
 Prevenção do câncer colorretal 
 Estudos recentes indicam que o uso regular de aspirina pode reduzir o risco de câncer colorretal em

Tratamento do câncer de cólon com aspirina Prevenção do câncer colorretal Estudos recentes indicam que o uso regular de aspirina pode reduzir o risco de câncer colorretal em

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O renomado especialista em câncer colorretal, Dr. David Kerr, explica como o uso de baixas doses de aspirina pode prevenir a recorrência da doença após o tratamento inicial, especialmente em pacientes com uma mutação específica no gene PIK3CA. Ele destaca a importância do microambiente tumoral e comenta os ensaios clínicos em andamento na Universidade de Oxford, que buscam confirmar o papel da aspirina como uma ferramenta de medicina de precisão no tratamento do câncer colorretal.

Uso da Aspirina na Prevenção da Recorrência do Câncer Colorretal: Uma Abordagem de Medicina de Precisão

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Aspirina para Prevenção da Recorrência do Câncer de Cólon

Estudos indicam que a aspirina, um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) comum, pode ter um papel importante na prevenção da recorrência do câncer colorretal. O Dr. David Kerr, especialista renomado em câncer colorretal de Oxford, ressalta que o microambiente tumoral é tão crucial quanto a genética do câncer. Intervir na inflamação ao redor do tumor com medicamentos como a aspirina pode alterar seu comportamento clínico e reduzir o risco de recidiva após a cirurgia inicial e a quimioterapia.

Inibidores da COX na Terapia do Câncer

A aspirina age inibindo as enzimas COX-1 e COX-2. O Dr. David Kerr participou de ensaios clínicos que investigaram tanto a aspirina quanto inibidores seletivos da COX-2, como rofecoxibe (Vioxx) e celecoxibe (Celebrex), para o tratamento adjuvante do câncer colorretal. O estudo com Vioxx foi interrompido precocemente devido a preocupações com cardiotoxicidade observadas em pacientes com artrite. O Dr. Kerr defende que a relação risco-benefício é muito diferente para pacientes com câncer que enfrentam uma possível recorrência, uma perspectiva que discutiu com o Dr. Anton Titov.

Risco-Benefício para Pacientes com Câncer

O contexto de uso dos medicamentos altera drasticamente a avaliação de risco-benefício. O Dr. David Kerr explica que, embora os riscos de cardiotoxicidade dos inibidores da COX-2 tenham sido significativos para a população geral com artrite, podem ser considerados aceitáveis para pacientes com câncer colorretal que buscam evitar uma recorrência fatal. Esse é um princípio fundamental da oncologia, em que a gravidade da doença justifica o manejo de efeitos colaterais mais relevantes.

Mutação PIK3C e Eficácia da Aspirina

Evidências recentes sugerem que o benefício da aspirina pode estar restrito a um subgrupo específico de pacientes. Trabalhos de Harvard, posteriormente confirmados pelo Dr. David Kerr e sua equipe em Oxford, mostram que o efeito protetor da aspirina contra a recorrência do câncer colorretal é provavelmente mais potente em pacientes cujos tumores apresentam uma mutação no gene PIK3C. Essa mutação está presente em cerca de 15% dos casos de câncer de cólon, abrindo caminho para uma abordagem de medicina de precisão.

Dosagem da Aspirina em Ensaios Clínicos

Com base nessa perspectiva genética, um novo ensaio clínico está sendo planejado em Oxford. O Dr. David Kerr descreve um estudo em que pacientes com câncer colorretal em estágio 2 e 3 portadores da mutação PIK3C serão randomizados para receber aspirina em baixa dose (100 mg) ou placebo diariamente. Embora o Dr. Anton Titov tenha questionado a possibilidade de uma relação dose-efeito, o desenho atual do estudo utiliza uma dose baixa padrão para primeiro estabelecer a eficácia.

Futuro da Pesquisa com Aspirina

O Dr. David Kerr se refere a esse trabalho como "ensinar novos truques a medicamentos antigos". O futuro da aspirina na oncologia depende de uma compreensão aprofundada da biologia molecular para selecionar os pacientes adequados para a terapia. Ele concorda com o Dr. Anton Titov que mais pesquisas com múltiplas dosagens seriam valiosas para determinar se uma dose mais alta poderia amplificar o efeito protetor contra a recorrência.

Importância de uma Segunda Opinião

Essa área em evolução destaca a importância crucial de buscar uma segunda opinião em casos de câncer colorretal avançado. Uma segunda opinião confirma a precisão e a completude do diagnóstico e assegura que o plano de tratamento incorpore os avanços mais recentes, como testes genéticos para mutações como PIK3C. Esse processo dá aos pacientes a confiança de que estão recebendo a melhor medicina personalizada possível, que um dia pode incluir quimioterapia direcionada combinada com aspirina.

Transcrição Completa

Dr. Anton Titov: A aspirina pode ser usada para prevenir a recidiva do câncer colorretal após o tratamento inicial. Quando ela deve ser utilizada no tratamento do câncer colorretal em estágio 2 e 3? Mutação PIK3C e tratamento do câncer de cólon com aspirina. Terapia com aspirina para câncer de cólon.

Inibidores da COX-1 e COX-2 podem tratar o câncer de cólon e prevenir a recorrência após o tratamento.

Dr. David Kerr: Um especialista renomado em câncer colorretal de Oxford discute o uso da aspirina na terapia. A aspirina não só ajuda a prevenir o câncer de cólon, mas também pode tratá-lo, ao afetar o ambiente ao redor do tumor.

Dr. Anton Titov: Um ensaio clínico está avaliando a aspirina para prevenir a recidiva do câncer colorretal em estágio 2 e 3. Mutação PIK3C e tratamento com aspirina. Opções de tratamento com aspirina. Quimioterapia direcionada para câncer de cólon avançado combinada com aspirina.

Uma segunda opinião confirma que o diagnóstico de câncer colorretal está correto e completo, além de assegurar que a cura é possível, mesmo em casos avançados.

Dr. David Kerr: O melhor tratamento para câncer de cólon avançado com metástases pode incluir aspirina em baixa dose. Uma segunda opinião ajuda a escolher a medicina de precisão e a melhor quimioterapia direcionada, possivelmente combinada com aspirina.

Obtenha uma segunda opinião para câncer colorretal avançado e tenha confiança de que seu tratamento com medicina de precisão é o melhor.

Dr. Anton Titov: Melhor centro de tratamento para medicina personalizada em câncer colorretal. Entrevista em vídeo com um especialista renomado de Oxford em tratamento de câncer colorretal metastático. Terapia com aspirina para câncer de cólon. A aspirina previne a recorrência.

O uso de anti-inflamatórios não esteroidais (como a aspirina) no tratamento e prevenção do câncer colorretal é um de seus interesses. A experiência com inibidores seletivos da COX-2 tem sido variada.

Você publicou no New England Journal of Medicine sobre os riscos e benefícios dos inibidores da COX-2 para terapia do câncer de cólon, antes da retirada do Vioxx do mercado.

Qual é seu pensamento atual sobre o uso de anti-inflamatórios não esteroidais no tratamento do câncer colorretal? Como a aspirina deve ser usada no câncer de cólon?

Dr. David Kerr: Como discutimos, trabalho muito com colegas em Oxford. Estudamos a genética molecular das células do câncer colorretal dentro do tumor.

Mas, nos últimos quatro ou cinco anos, percebi que o microambiente tumoral é tão importante para os resultados quanto a genética do câncer em si.

Às vezes, podemos influenciar o grau de inflamação dentro de um tumor de cólon e, assim, modificar seu comportamento clínico.

A aspirina é um inibidor das enzimas COX-1 e COX-2. Rofecoxibe (Vioxx) e celecoxibe (Celebrex) são inibidores seletivos da COX-2.

Ficamos muito interessados em investigar, em um ensaio clínico, se a aspirina ou um inibidor da COX-2 reduziriam a recorrência do câncer colorretal após a ressecção cirúrgica e a quimioterapia adjuvante.

Em nosso grande ensaio, o Vioxx (rofecoxibe) foi retirado devido a preocupações com cardiotoxicidade, o que, na minha opinião, ocorreu prematuramente.

Para pacientes com câncer colorretal, os riscos de cardiotoxicidade do Vioxx ou Celebrex são relativamente triviais. Não conseguimos recrutar pacientes suficientes para esse estudo.

Dr. Anton Titov: Essa situação é análoga ao que vimos na esclerose múltipla com o Tysabri. Um efeito colateral grave foi identificado, mas os riscos foram gerenciados com sucesso, considerando a gravidade da doença.

Como devemos interpretar os riscos da medicação para diferentes pacientes? Riscos de efeitos colaterais para a população geral versus no tratamento do câncer têm significados distintos.

Dr. David Kerr: Concordo plenamente. Inibidores da COX-2 (Vioxx, Celebrex) foram desenvolvidos para pacientes com artrite. São anti-inflamatórios não esteroidais.

Esse é um perfil de paciente muito diferente daquele com câncer de cólon, que está em risco de recorrência. A relação risco-benefício para pacientes oncológicos é muito distinta daquela para pacientes com artrite.

Pacientes com câncer de cólon estão mais dispostos a assumir riscos maiores com o tratamento. Pacientes com dor no joelho ou entorse de tornozelo aceitarão menos risco de efeitos colaterais.

Dr. Anton Titov: Há muitos dados epidemiológicos e observacionais consistentes sugerindo que a aspirina pode prevenir o desenvolvimento do câncer de cólon.

Naqueles que já desenvolveram a doença, a aspirina pode reduzir o risco de recorrência. Um grande ensaio clínico no Reino Unido está analisando o uso adjuvante da aspirina para tratamento do câncer colorretal em estágio 2 e 3.

Estamos planejando um ensaio clínico em Oxford que utilizará medicina de precisão. Desenvolvemos trabalhos em tratamento de câncer colorretal em Oxford.

Dr. David Kerr: Repetimos um excelente trabalho de nossos colegas de Harvard, que mostra que os benefícios da aspirina no câncer de cólon podem estar restritos a pacientes com uma mutação no gene PIK3C.

Confirmamos esse resultado e propomos um ensaio clínico para pacientes com câncer colorretal portadores da mutação no gene PIK3C.

Randomizaremos pacientes para receber aspirina ou placebo prospectivamente, com o objetivo de demonstrar se a aspirina pode prevenir a recidiva em cerca de 15% dos casos.

Dr. Anton Titov: Quais doses de aspirina estão sendo usadas nesse ensaio? Para prevenção cardiovascular, há diversas dosagens empregadas em diferentes estudos.

Dr. David Kerr: Estamos usando aspirina em baixa dose, 100 mg por dia. Mas você tem razão: há controvérsia sobre a dosagem ideal.

Precisaríamos de mais recursos, pacientes e tempo para um ensaio que avaliasse essa questão adequadamente.

Dr. Anton Titov: Qual é a melhor dose de aspirina na prevenção da recorrência do câncer? Eu gostaria de ver um estudo com três braços para avaliar um possível efeito de dose.

Com base na evidência clínica e na farmacologia molecular da aspirina, não creio que haja uma relação dose-efeito clara.

Dr. David Kerr: Tivemos que escolher uma dose, e optamos pela baixa (100 mg/dia). Mas concordo que há benefício em estudar diferentes doses no tratamento do câncer de cólon.

Dr. Anton Titov: A aspirina é um medicamento de baixo custo e amplamente disponível. Se puder reduzir minimamente a taxa de recorrência do câncer colorretal, será um avanço significativo.

Dr. David Kerr: Concordo plenamente. Dizemos que é "ensinar novos truques a medicamentos antigos". Compreender a biologia molecular do câncer colorretal é fundamental para selecionar pacientes para a terapia adequada.

Precisamos verificar se é possível potencializar o uso da aspirina no tratamento.

Dr. Anton Titov: Seria um grande avanço. Esperamos demonstrar os efeitos positivos da aspirina na recidiva, já que ela modifica o microambiente tumoral.

Especialista em câncer colorretal (Oxford) sobre terapia com aspirina. A aspirina pode prevenir recidivas após tratamento inicial. Quando usá-la no tratamento adjuvante de estágios 2 e 3? Mutação PIK3C e tratamento com aspirina. Especialista de Oxford discute o uso na terapia.