O renomado especialista em cirurgia do câncer de esôfago, Dr. Jari Rasanen, explica a sequência terapêutica para o carcinoma esofágico. Ele detalha os critérios para decidir entre quimioterapia neoadjuvante e cirurgia inicial. Dr. Rasanen ressalta os benefícios do tratamento pré-operatório em casos de doença localmente avançada. Além disso, aborda a tolerância do paciente e o papel controverso da quimioterapia adjuvante após a cirurgia.
Quimioterapia Neoadjuvante vs. Cirurgia Imediata no Tratamento do Câncer de Esôfago
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- Opções de Tratamento para Câncer de Esôfago
- Decisão sobre Quimioterapia Neoadjuvante
- Benefícios da Abordagem Neoadjuvante
- Controvérsia sobre Quimioterapia Adjuvante
- Decisões de Tratamento Individualizadas
- Transcrição Completa
Opções de Tratamento para Câncer de Esôfago
O tratamento do câncer de esôfago envolve uma abordagem multimodal. Segundo o Dr. Jari Rasanen, isso inclui quimioterapia, cirurgia e radioterapia. O momento da quimioterapia é um fator crítico no planejamento terapêutico. A quimioterapia administrada antes da cirurgia é chamada de neoadjuvante, enquanto a realizada após o procedimento é conhecida como adjuvante.
O Dr. Anton Titov discute essas opções com o Dr. Rasanen para esclarecer seus papéis. O estadiamento inicial do câncer orienta a escolha da sequência mais adequada.
Decisão sobre Quimioterapia Neoadjuvante
A decisão de usar quimioterapia neoadjuvante depende do estágio do câncer. O Dr. Jari Rasanen explica que os médicos avaliam se a doença está localmente avançada no estadiamento inicial. A presença de metástases linfonodais é um indicador-chave para recomendar o tratamento neoadjuvante, com amplo respaldo de evidências para pacientes nessas condições.
Essa estratégia é hoje muito mais comum do que a cirurgia imediata em casos localmente avançados, baseando-se em uma extensa gama de dados clínicos, conforme enfatiza o Dr. Rasanen.
Benefícios da Abordagem Neoadjuvante
A quimioterapia neoadjuvante oferece vantagens significativas em relação à adjuvante. De acordo com o Dr. Jari Rasanen, os pacientes geralmente toleram melhor a quimioterapia antes da cirurgia. A recuperação de uma operação extensa, como a esofagectomia, leva tempo considerável, deixando muitos pacientes debilitados e incapazes de tolerar a quimioterapia pós-operatória de forma eficaz.
O Dr. Rasanen observa que, devido à baixa tolerância, diversos pacientes nem chegam a receber quimioterapia adjuvante. Assim, administrar a quimioterapia antes da cirurgia garante que mais pacientes completem o regime terapêutico planejado.
Controvérsia sobre Quimioterapia Adjuvante
O papel da quimioterapia adjuvante após o tratamento neoadjuvante e a cirurgia permanece incerto. O Dr. Jari Rasanen descreve as evidências como controversas: alguns estudos sugerem benefício com quimioter adicional pós-operatório, enquanto outros contestam seu uso nessa sequência.
O Dr. Anton Titov e o Dr. Rasanen discutem a falta de consenso definitivo, destacando uma área de pesquisa clínica em andamento no tratamento do carcinoma de esôfago.
Decisões de Tratamento Individualizadas
O planejamento do tratamento para câncer de esôfago exige uma abordagem personalizada. O Dr. Jari Rasanen conclui que as decisões devem ser tomadas caso a caso, não havendo uma resposta única certa ou errada para todos. A saúde geral do paciente, as características do tumor e a tolerância ao tratamento são fatores considerados no plano final.
Isso ressalta a importância de uma avaliação abrangente por uma equipe multidisciplinar, confirmando que o julgamento clínico especializado é primordial.
Transcrição Completa
Dr. Anton Titov, MD: O tratamento do câncer de esôfago pode incluir quimioterapia, cirurgia e radioterapia. A quimioterapia realizada antes da cirurgia é chamada de neoadjuvante; após a cirurgia, é adjuvante.
Dr. Anton Titov, MD: Como decidir quais pacientes se beneficiam da quimioterapia neoadjuvante antes da cirurgia e quais devem ir diretamente para a operação?
Dr. Jari Rasanen, MD: No estadiamento inicial, avaliamos se o câncer de esôfago está localmente avançado, verificando a presença de metástases linfonodais.
Recomendamos então o tratamento neoadjuvante antes da cirurgia, pois há muitas evidências de que é mais eficaz do que a quimioterapia adjuvante para carcinoma de esôfago.
Uma das razões é que os pacientes geralmente toleram melhor a quimioterapia neoadjuvante do que a adjuvante após a cirurgia. A recuperação cirúrgica leva tempo, e muitos pacientes nem conseguem receber a quimioterapia adjuvante.
Hoje, é muito mais comum recomendar quimioterapia antes da cirurgia, e não após, para carcinoma de esôfago.
Dr. Anton Titov, MD: Pacientes que recebem quimioterapia neoadjuvante antes da cirurgia ainda se beneficiam da quimioterapia adjuvante após a operação?
Dr. Jari Rasanen, MD: É um pouco controverso. Alguns estudos mostram benefício, outros são contrários. A decisão deve ser individualizada, caso a caso; não há uma resposta definitiva certa ou errada.