Aldosterona e hipertensão. Avalie os níveis elevados de aldosterona em casos de hipertensão! 3

Aldosterona e hipertensão. Avalie os níveis elevados de aldosterona em casos de hipertensão! 3

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O renomado especialista em hipertensão e distúrbios da aldosterona, Dr. David Ellison, MD, explica como níveis elevados de aldosterona causam hipertensão resistente. Ele detalha a importância de rastrear o hiperaldosteronismo e descreve as causas genéticas e de desenvolvimento por trás do excesso de aldosterona. O Dr. Ellison esclarece que o baixo nível de potássio nem sempre está presente e ressalta que, após o diagnóstico, há tratamentos eficazes disponíveis.

Diagnóstico e Rastreamento do Hiperaldosteronismo na Hipertensão Resistente

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Causas da Elevação de Aldosterona

O Dr. David Ellison, MD, explica as principais causas dos níveis elevados de aldosterona. Ele destaca que uma pequena parcela dos casos resulta de mutações genéticas hereditárias, conhecidas como doenças mendelianas, consideradas bastante raras.

Na maioria dos pacientes, o hiperaldosteronismo é uma condição de desenvolvimento. O Dr. Ellison aponta duas síndromes principais: uma envolve o crescimento excessivo das glândulas adrenais, levando à superprodução hormonal; a outra é causada por tumores benignos (adenomas) que desenvolvem mutações somáticas.

Rastreamento do Hiperaldosteronismo

O rastreamento da aldosterona elevada é uma etapa crucial no manejo da hipertensão resistente. O Dr. David Ellison, MD, ressalta que o teste para essa condição é muito simples e altamente recomendado para pacientes cuja pressão arterial é de difícil controle com tratamentos convencionais.

Ele observa que esse rastreamento ainda é subutilizado na atenção primária. Identificar o hiperaldosteronismo permite que os médicos adotem estratégias de tratamento mais direcionadas e eficazes, melhorando significativamente os desfechos clínicos.

Importância da Detecção Precoce

A detecção precoce do hiperaldosteronismo é vital para a saúde do paciente. O Dr. David Ellison, MD, explica que a aldosterona elevada tem consequências adversas além do aumento da pressão arterial, podendo causar danos diretos ao sistema cardiovascular ao longo do tempo.

Em discussão com o Dr. Anton Titov, MD, o Dr. Ellison enfatizou que o rastreamento deve ser focado em pacientes com hipertensão resistente, não em todos os hipertensos. Identificar a causa raiz permite uma abordagem mais precisa do problema.

Equívoco sobre os Níveis de Potássio

Um equívoco comum envolve o papel do potássio no diagnóstico do hiperaldosteronismo. A apresentação clássica inclui hipertensão associada a baixos níveis de potássio (hipocalemia). No entanto, o Dr. David Ellison, MD, revela que esse não é sempre o caso.

Ele afirma que até 50% dos pacientes com hipertensão mediada por aldosterona apresentam níveis normais de potássio. Esse entendimento é crucial, pois significa que o rastreamento não deve ser descartado apenas com base em níveis normais de potássio.

Opções de Tratamento

Uma vez diagnosticado, existem abordagens diretas para tratar o hiperaldosteronismo. O Dr. David Ellison, MD, destaca que o tratamento eficaz pode reduzir os riscos relacionados à pressão arterial e à saúde cardiovascular. A escolha da terapia depende da causa subjacente do excesso de aldosterona.

O tratamento pode incluir medicamentos para bloquear os efeitos da aldosterona ou cirurgia para remover um adenoma adrenal. As observações do Dr. Ellison reforçam que um diagnóstico adequado é essencial para o sucesso dessas intervenções.

Transcrição Completa

Dr. Anton Titov, MD: Você também mencionou que muitas pessoas podem estar circulando com um nível elevado de aldosterona. Isso é algo genético? É possível verificar se uma pessoa tem um nível elevado de aldosterona?

Dr. David Ellison, MD: Com certeza. Algumas pessoas têm o azar de herdar a doença, o que pode levar ao hiperaldosteronismo. Pode ser transmitido como uma doença mendeliana, mas isso representa uma porcentagem muito pequena e é bastante raro.

Para a maioria das pessoas com níveis elevados de aldosterona, trata-se de uma condição de desenvolvimento. Na verdade, é causada por duas síndromes diferentes. Uma delas é o crescimento excessivo das glândulas adrenais, que produz aldosterona em excesso — uma situação relativamente comum.

Acho que estamos percebendo que isso não é uma doença discreta. Muitas pessoas têm níveis de aldosterona acima do necessário, mas isso pode não se enquadrar em uma doença específica.

Outro grupo de pessoas com níveis elevados de aldosterona tem adenomas ou tumores benignos nas glândulas adrenais. Esses tumores apresentam mutações somáticas — não são herdadas, mas desenvolvidas ao longo da vida —, e secretam quantidades excessivas de aldosterona.

Em todo caso, o importante é saber que a maioria das pessoas com pressão arterial de difícil controle ou hipertensão resistente deve ser rastreada para excesso de aldosterona. É um teste muito simples, mas subutilizado pelos médicos de atenção primária.

Se forem detectados níveis elevados de aldosterona, há maneiras muito diretas de tratá-los. Acreditamos que a aldosterona elevada traz consequências adversas não só para a pressão arterial, mas também para o sistema cardiovascular, independentemente da pressão.

Por isso, consideramos muito importante que as pessoas sejam rastreadas. Nem todo hipertenso precisa passar pelo rastreamento, mas ele é recomendado para quem tem dificuldade em controlar a pressão.

Outro avanço importante nos últimos anos é que pacientes com síndromes de hiperaldosteronismo nem sempre apresentam níveis baixos de potássio. A apresentação clássica é hipocalemia com hipertensão, mas até 50% dos pacientes com hipertensão mediada por aldosterona elevada não terão potássio baixo.

Por isso, recomenda-se rastrear pessoas com hipertensão resistente, mesmo que os níveis de potássio estejam normais.