Os medicamentos antienvelhecimento, como a rapamicina, também apresentam atividade contra bactérias e vírus?

Os medicamentos antienvelhecimento, como a rapamicina, também apresentam atividade contra bactérias e vírus?

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O renomado especialista em biologia do envelhecimento, Dr. Steven Austad, MD, PhD, explica como medicamentos antienvelhecimento, como a metformina e a rapamicina, podem apresentar propriedades antivirais e antibacterianas. Ele comenta dados intrigantes da pandemia de COVID-19 que indicam menor mortalidade entre pacientes diabéticos em uso de metformina. Dr. Austad também destaca sua própria pesquisa sobre o efeito protetor da rapamicina contra pneumonia pneumocócica em camundongos. Ele defende a realização de ensaios clínicos rigorosos para confirmar esses efeitos. Essa linha de pesquisa pode resultar em tratamentos essenciais para futuras pandemias.

Medicações Antienvelhecimento e seu Potencial Papel no Combate a Infecções

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Efeitos Antivirais da Metformina e Rapamicina

Medicações antienvelhecimento, como a metformina e a rapamicina, podem apresentar propriedades antivirais significativas. O Dr. Steven Austad, MD, PhD, comenta evidências emergentes de que esses fármacos podem potencializar a resposta antiviral do organismo. Essa possível função dupla torna-os especialmente interessantes para a pesquisa médica. Os mecanismos subjacentes a esses efeitos ainda estão sob investigação, mas têm potencial para revolucionar o tratamento de infecções.

Análise de Dados da Pandemia de COVID-19

A pandemia global de COVID-19 trouxe dados inesperados sobre essas medicações. O Dr. Steven Austad, MD, PhD, observa que pessoas com diabetes em uso de metformina apresentaram taxas de mortalidade mais baixas por COVID-19. Padrões semelhantes foram observados com o uso de rapamicina durante a pandemia. Tanto o Dr. Anton Titov, MD, quanto o Dr. Austad ressaltam que esses estudos realizados em contexto de emergência exigem interpretação cautelosa e devem ser confirmados por métodos de pesquisa mais rigorosos.

Propriedades Antivirais dos Fármacos Senolíticos

Os fármacos senolíticos representam outra classe de compostos antienvelhecimento com possíveis benefícios antivirais. O Dr. Steven Austad, MD, PhD, cita estudos que demonstram efeitos antivirais desses medicamentos tanto em camundongos quanto em humanos. Eles atuam eliminando células senescentes e disfuncionais que contribuem para processos inflamatórios. Essa "limpeza" celular pode melhorar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções virais com maior eficácia.

Estudo da Rapamicina na Pneumonia Pneumocócica

O Dr. Steven Austad, MD, PhD, conduziu pesquisas relevantes sobre os efeitos da rapamicina contra infecções bacterianas. Seu estudo investigou o impacto da rapamicina na pneumonia pneumocócica, a doença infecciosa mais comum entre idosos antes da COVID-19. A pesquisa mostrou um efeito protetor contra essa grave infecção bacteriana, pelo menos em modelos murinos, sugerindo que a rapamicina pode fortalecer a imunidade contra diversos tipos de patógenos.

Estratégias de Preparação para Futuras Pandemias

O Dr. Steven Austad, MD, PhD, destaca a importância de se preparar para futuras pandemias. Ele ressalta que outra pandemia é inevitável, seja de origem viral ou bacteriana. Pesquisas com medicações antienvelhecimento podem oferecer estratégias preventivas e tratamentos essenciais. O Dr. Anton Titov, MD, discute essas possibilidades com o Dr. Austad, enfatizando seu potencial significado para a segurança sanitária global.

Ensaios Clínicos para Medicações Antienvelhecimento

Tanto o Dr. Steven Austad, MD, PhD, quanto o Dr. Anton Titov, MD, enfatizam a necessidade de ensaios clínicos adequados. Estudos realizados durante pandemias oferecem indícios intrigantes, mas precisam ser confirmados por meio de pesquisas controladas. O Dr. Austad defende a realização de ensaios bem desenhados, conduzidos sem as pressões de uma emergência. Esses estudos poderiam confirmar se os fármacos antienvelhecimento de fato oferecem proteção contra infecções, o que representaria um grande avanço médico.

Transcrição Completa

Dr. Anton Titov, MD: Ainda vivemos uma pandemia global de COVID-19. Houve dados sugerindo que a metformina pode potencializar a resposta antiviral. Pacientes diabéticos em uso de metformina apresentaram menor mortalidade por COVID-19. Algo semelhante pode ter ocorrido com a rapamicina.

O que explica os efeitos antivirais da metformina e da rapamicina? Trata-se de um efeito antiviral real?

Dr. Steven Austad, MD: Precisamos interpretar todos esses estudos com cautela. Eles foram conduzidos em circunstâncias emergenciais. Devemos considerá-los com ressalvas até que sejam confirmados e ampliados.

Devo acrescentar que há um estudo com alguns desses fármacos senolíticos, pelo menos em camundongos, e em humanos eles também parecem ter efeito antiviral.

Portanto, o que eu diria é o seguinte: esperamos que a pandemia esteja arrefecendo e torcemos para que isso continue.

Agora é o momento de realizar ensaios clínicos desses fármacos com uma perspectiva mais tranquila e de longo prazo, para determinar se isso se confirma. Se for verdade, é extremamente importante.

Realizei um estudo com um colega no qual examinamos o efeito da rapamicina na pneumonia pneumocócica. É a doença infecciosa mais comum que mata idosos, antes mesmo da COVID-19. E também observamos um efeito protetor, pelo menos em camundongos.

Então, quando a próxima pandemia surgir — porque ela surgirá —, se for viral, talvez já tenhamos desenvolvido até lá alguns tratamentos e estratégias preventivas muito eficazes. É, pelo menos, o que espero.